terça-feira, 23 de outubro de 2007

Woody Allen e sua Manhattan

Nesse final de semana revi Manhattan (1979), de Woody Allen. Um clássico. Lembro que assisti a esse filme pela primeira vez na casa de minha irmã, ainda pré-adolescente. Gostei naquela época e gosto hoje. Mas, não considero o melhor de Woody Allen. Acho que se você gosta de Woody Allen, todos os elementos estão lá: os diálogos afiados, as neuroses, as mulheres, o próprio Woody Allen atuando... Só que, para mim, ainda falta alguma coisa, talvez no roteiro ou nos personagens, não sei.

Porém, continua sendo uma obra imperdível. Um filme que trata do amor.

Primeiramente, o amor de Allen por Manhattan. A abertura do filme mostrando imagens de Manhattan, enquanto ele faz um monólogo sobre o primeiro capítulo de um livro em que o personagem ama essa cidade, com a música "Rhapsody in Blue" de Gershwin ao fundo é antológica.

Depois, temos o amor entre homens e mulheres. Seus acertos e seus erros, suas idas e vindas... Com certeza, é muito mais fácil amar Manhattan, e ela está lá, um cenário vivo para a história de Allen.

Pesquisando sobre o filme no IMDB, descobri algumas coisas muito interessantes. Por exemplo: esse foi o primeiro filme rodado em widescreen por Woody Allen e existe uma cláusula no contrato com o estúdio que determina que a exibição do filme deva ser SEMPRE nesse formato. Outra curiosidade é que Allen não gosta desse filme, e não gosta mesmo, pois ofereceu a United Artists a possibilidade de dirigir de graça outro filme, desde que eles deixassem Manhattan para sempre na prateleira. Anos depois, quando Manhattan se transformou no maior sucesso comercial de sua carreira, ele disse que não conseguia entender como "conseguiu se dar bem com isso".

Esse filme tem uma outra peculiaridade para mim. Eu, realmente, acho horrível a atuação da Mariel Hemingway como Tracy, a namorada adolescente do personagem de Allen. Independente do quão madura e resolvida ela seja no filme, suas expressões simplesmente não mudam. Seu rosto e sua boca não se mexem. É triste. Seus olhos ainda têm vida, e a cena que ela chora após o Isaac dizer que vai largá-la é convincente. E só. Será que apenas eu penso assim? Ela foi indicada a Melhor Atriz Coadjuvante nas premiações do Oscar e do BAFTA. Inexplicável...

Para entender o fascínio que Manhattan tem sobre as pessoas, basta ver o cena de abertura do filme, completa no vídeo abaixo, com umas legendas dispensáveis, mas que não deixam de ser a prova do alcance dessa obra de Woody Allen.



PS: Alguns diálogos memoráveis foram postados no Cinema e Palavra.

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