segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Meu Melhor Amigo

Quando falo com meu marido que nós vamos ver um filme francês, ele chega a tremer e a suar frio. E não é de expectativa. É de medo. Medo do "filme-cabeça-francês". O que é muito injusto, pois ele mesmo já viu vários filmes franceses dos quais gostou. Mas, isso é outra história, porque eu, pessoalmente, gosto muito do cinema francês. E acho que quando um francês resolve fazer uma comédia, o resultado, normalmente, é ótimo. Dessa forma, ver o filme Meu Melhor Amigo (2006), de Patrice Leconte, só fez confirmar minha teoria.

Quando o filme começa, François Coste, interpretado pelo sensacional Daniel Auteuil, está no funeral de um "amigo". Esse amigo, na verdade, é um cliente e quando François vai prestar condolências à viúva, não deixa de mencionar uma adorável antiguidade que ele possui e que tem certeza que será do agrado da velhinha. Essa cena resume nosso querido François: sofisticado, inteligente, negociador de antiguidades e... absolutamente egoísta.

François pode até ter tudo, mas não tem ninguém: uma filha que não o chama de pai, uma ex-mulher que não fala com ele, uma namorada para quem ele não olha, pessoas que vão ao seu jantar de aniversário por compromisso e não por amizade e uma sócia que o desafia. Catherine aposta que ele não possui amigos, então ele deverá apresentar em 10 dias o seu melhor amigo ou perderá um vaso grego valiosíssimo arrematado por ele num leilão de antiguidades.

Tendo aceitado esse desafio, François começa uma busca pessoal e em Paris pelo seu melhor amigo, que, rapidamente, ele percebe não existir. O seu desespero o faz cruzar com Bruno, o ator Dany Boon, um motorista de táxi boa-praça, obcecado por jogos de perguntas e respostas, que parece fazer amizades com a mesma facilidade com que François se fecha para as pessoas. Os dois fazem um acordo para que Bruno ensine a ele como fazer amigos.

Claro que essas duas figuras improváveis acabam se aproximando no que parece ser uma amizade, pois apesar de tão diferentes, elas tem algo em comum: são solitárias. E, com o envolvimento de François e Bruno, suas dificuldades, as situações engraçadas, e outras nem tanto, em que se metem, um final com direito a "Show do Milhão" na versão francesa, Patrice Leconte constrói um filme leve e atual sobre como é difícil ter e manter um amigo de verdade, um melhor amigo, nos dias de hoje.

Depois do cinema, ainda pude curtir uma conversa sobre o filme, cinema, vida alheia e bobagens em geral com uma grande amiga. Então, só posso dizer que esse foi um programa perfeito...

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu quero ver o prejuízo disso tudo ao final da greve. Já pensou a gente ficar sem o Oscar? Quero nem pensar nisso...

Mas, enfim, como seu blog está cadastrado na Sociedade de Blogueiros Cinéfilos, vou deixar aqui o link da entrevista que fiz com Heitor Dhalia, caso queira ler. Abraços e desculpa a propaganda (risos).

http://www.sobaminhalente.com

Rodrigo Fernandes disse...

gostaria tanto de ter acesso mais facilitado a essas produções.. principalemte as européias que sãoe squecidas pelos donos do cinema aqui da minhda cidade e pelas locadoras... enfim.. espero cosneguir assisti-lo aprabéns pelo texto, muito bom..
abraços